Pai daria (se tivesse)
Bom-dia, sonho! Acordei de ti e me empanturrei do teu pão homônimo. Mentira! Só experimentei sonhos de padaria uma vez para nunca mais. Achei muito enjoento... Mas eu vim falar é de pão outro, do alimento espiritual, corpus christi à parte. Havia um movimento aqui na literatura cearense em que se faziam fornadas de letras. Tempos bons os quais não tive o prazer de degustar contemporânea, embora na Biblioteca Pública ainda se encontre muito exemplar quentinho em sapiência vanguardista. Ai, se Deus me desse mais idade para perceber a gula com que os cães adolescentes salivam pratos-feitos em detrimento dos desconhecidos! Tantas pérolas no meio do caminho e ninguém para meter no barbante! Comem farelos, os porquinhos. Merecem pedradas e uivos, feito aqueles apupos do povo para o sol que saía detrás das nuvens chuventas tão boas ao nosso sertão. Saudades do Ioiô. Agora ele é que nem pedra, empalhado no Museu do Ceará, mas ainda aberto à visitação. Não mais se fazem sonhadores como antigamente! Vou então voltar a dormir de olhos escancarados para ver se realizo, vou colher o trigo da esperança meio amarelada e de repente fornecer a brasa aos comedores apressados do cru. Bocaberta, diga U!!!
http://paolabenevides.blogspot.com
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